O dia 8 de março marca uma data especial: é o dia
Internacional da mulher. Lembramos nesse dia as conquistas obtidas pelas
mulheres e a igualdade que hoje predomina, fruto de muitas lutas.
Quando se refere às profissões, hoje as mulheres estão em
todas as áreas, algumas vezes até onde sempre predominou o homem. Na
agricultura não é diferente. Hoje as mulheres estão cada vez mais envolvidas
com o dia-a-dia da propriedade rural, e muitas vezes são ela que gerenciam
algumas atividades, principalmente a atividade leiteira.
Já as moças preferem ainda buscar atividades profissionais na
cidade. Mas há ótimos exemplos que mostram que, o amor pela agricultura e pelos
animais, aliada a busca de novos conhecimentos, podem transformar a realidade e
proporcionar no campo, uma ótima qualidade de vida.
Simone pratica em casa o que aprende no Curso Técnico em Agropecuária
A jovem de Boa Vista do Buricá, Simone Hermann, de 21 anos,
não seguiu o rumo da maioria das moças dessa idade, que trocaram a vida no
campo pela cidade. No 3º semestre do Curso Técnico em Agropecuária, a jovem
aplica em casa o aprendizado obtido nas aulas. Ela escolheu esse curso por ser
uma área que sempre gostou de atuar. “O curso Técnico em Agropecuária
disponibiliza uma grande área de interesse nos demais assuntos ao meio rural,
pois se gostamos de alguma coisa, sempre procuramos obter o melhor resultado
nessa área”.
Ela gosto do interior, pois ali passa grande parte do tempo
praticando o que aprendo no Curso. Além de gostar da área, Simone relata que é
importante obter o conhecimento e poder colocar em prática na propriedade. “É
muito bom ter o conhecimento nessa área e poder aplicar a pratica juntamente
com a teoria. Mas, nem sempre se tem o apoio total quando se esta aplicando
esse conhecimento na propriedade onde reside, pois muitas vezes os pais ficam
em duvidas com o que realmente o filho tem em mente”.
Simone pretende buscar sempre novos conhecimentos na área.
Após a conclusão desse curso, ela pretende seguir os estudos e buscar a
especialização voltada aos animais.
O trabalho na agricultura é visto pela maioria da mulheres
como um pesado. Segundo Simone, as tecnologias permitiram melhorar o serviço e
torná-lo mais prático. “Para a mulher permanecer na agricultura ela deve em
primeiro lugar gostar dessa atividade”.
Ana Laura quer se
especializar em pecuária leiteira
Ana Laura Gauger de Três de Maio tem 18 anos e pretende
seguir na área agrícola. Ela está no primeiro semestre do Curso Técnico em
Agropecuária, em busca de novos conhecimentos, principalmente no que diz
respeito à Nutrição Animal. Além disso, ela também cursa algumas matérias do
Curso de Agronomia.
Porque escolheu o Curso
Técnico em Agropecuária?
Ana Laura - Escolhi o técnico agropecuária pois o curso se
enquadra no meu perfil. Sou filha de produtores de leite e sempre estive em
contato com o meio rural, desta forma acredito que o curso vem a contribuir de
forma pratica e teórica para o meu crescimento profissional. Além de disso o curso
me realiza pessoalmente, pois me identifico e amo o trabalho com a terra e
animais.
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Fale um pouco sobre as
matérias que você faz na Agronomia.
Ana Laura - Iniciei o curso de Agronomia no ano de 2014
fazendo algumas matérias básicas, mas que estão me auxiliando muito, dando- me
apoio em matérias do curso técnico e também nos futuros assuntos tratados da
graduação.
Qual atividade é
desenvolvida na propriedade de sua família?
Ana Laura – Trabalhamos com produção de leite, com vacas
holandesas.
Para estudar, você teve
que se mudar para a cidade. A vida e o trabalho do interior faz falta?
Ana Laura - A vida na cidade é algo bem diferente. É muito
mais agitada e barulhenta. No meio rural temos um ambiente muito mais calmo,
que possuí muito mais sons da natureza do que ruídos. Na cidade sinto muita
ausência da natureza, e principalmente do frescor do orvalho. A vida no
interior faz falta sim, é um trabalho sossegado, podemos fazer nosso próprio
horário e a lida com as vacas é algo agradável. Lidar com a natureza sempre faz
falta, pois acredito que ela cura qualquer mal.
Qual a área que você
tem mais interesse?
Ana Laura - Me interesso principalmente por pecuária
leiteira.
Você acha que a
atividade rural é uma boa opção para se trabalhar? Porque?
Ana Laura - Trabalhar com o meio rural é uma ótima opção,
estamos em um país privilegiado pois temos muitas áreas agricultáveis a serem
exploradas, além disso ainda estamos atrasados em tecnologias, e necessitamos
de técnicos que nos tragam e executem essas novas tecnologias que se renovam a
cada dia.
Jovens em estágio falam
sobre as experiências no curso
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Letícia e Ohana |
Ohana Sippert - Curso
Técnico em Agropecuária
A escolha pelo curso: "Sempre gostei da área agrícola e
comecei o curso com o incentivo de meu pai, que não é da agricultura, mas que
me deu total apoio. Hoje não me vejo fazendo outra coisa".
As mulheres nesta profissão: "Até hoje tem essa história
de nos olharem diferente na profissão pelo fato de a gente ser mulher. As
pessoas e os produtores ainda não estão acostumados a verem uma figura feminina
no campo, nesta área de trabalho. Acho que é uma questão de costume que com o
tempo vai mudar. Mas o respeito existe".
O futuro: "Pretendo continuar na área. Espero que essas
barreiras sejam quebradas. No começo é difícil, pois é ruim a gente ouvir
aquele receio: 'acho que ela não vai me ajudar do jeito que um homem pode me
ajudar'. Mas espero que isso mude, pois nos esforçamos para sermos excelentes
profissionais".
Recado às mulheres: "Se é vontade, se ela quer mesmo,
deve ir em frente e enfrentar tudo o que for preciso em busca de seu espaço.
Estudar é fundamental, pois nunca podemos parar. A mulher não deve baixar a
cabeça jamais".
Letícia Zorzi - Curso
Técnico em Agropecuária
A escolha pelo curso: "Sempre gostei desta parte
agrícola, da agricultura e pecuária. Também não sou filha de produtor e tudo o
que aprendi foi no Curso Técnico. Hoje não me vejo fazendo outra coisa, pois é
o que gosto. No início até preferia mais a parte da pecuária, mas optei pelo
estágio na agricultura, querendo aprender mais sobre essa área".
As mulheres nesta profissão: "Em sala de aula não há preconceito
nenhum. Os colegas apóiam e ajudam sempre. Todo entram com o mesmo conhecimento
e aprendem juntos. A gente se prepara, estuda o tempo todo, se informa sobre
nossa área e suas tecnologias, para podermos apresentar ao setor um
conhecimento profundo do que nos for exigido".
Um recado às mulheres: "Independente de ser mulher,
temos que fazer o que gostamos. Nunca vai ser fácil, sempre vamos encontrar
algum tipo de barreira, mas devemos fazer o que nos agrada para fazer sempre
bem feito".