A memória viva do Curso Técnico em Agropecuária!


Martin Heinrich Hasenack foi professor, diretor de internato, mentor, diretor substituto, pai, irmão, amigo e só Deus sabe quantos cargos e feitos são creditados a ele.

Conhecido pelos estudantes como tio Perna. Desde 1959 fazendo parte da vida da instituição. O casal Martin e Venilda Hasenack se confundem com a história da SETREM. E se eles fazem parte da história da SETREM, esta é a história das suas vidas.

Em 1984, numa entrevista concedida para Jornal da SETREM, o casal disse que “existem tantas coisas boas para relembrar, mas que também há histórias tristes que agente prefere nem olhar para trás”.


 Desde o tempo do curso Normal Rural, o foco da escola sempre esteve voltado para a formação humanística, centrado na formação do ser humano. Depois, novas exigências da conjuntura nacional exigiram voltar-se para formação técnica, mas, mesmo assim, nunca se perdeu de vista o passado e foi encontrado um ponto de equilíbrio para que os alunos de então ganhassem formação técnica e humanística.

A forma de compensar, “foi proporcionar atividades artísticas, como o teatro, a música, o folclore com suas danças, a banda, a música instrumental, os corais e outras formas de manifestações cultural e artística que falassem mais perto da importância da pessoa.”

E assim mesmo, o curso Técnico em Agropecuária, que era feito pela maioria dos internos, mesclava-se com o som de uma gaita, de um violão ou de um violino, escoando pelos corredores do internato. Invariavelmente, de vez em quando estes instrumentos e seus instrumentistas se reuniam e formavam uma bandinha, para o que nunca falou o estímulo do tio Perna.
A empatia e o envolvimento até mesmo emocional com os estudantes fizeram o casal Hasenack uma lembrança carinhosa. Depois das formaturas, cada formando tomando o seu rumo na vida. E, quando acontecia uma visita à escola, o primeiro abraço tinha endereço certo.

Quisesse o casal Martin e Vanilda sentar e reunir suas memórias – e bastaria isso! – a maior parte da história da SETREM estaria contada. Pelo menos aquela de teor mais humanista, que acontecia no interior da instituição, pois fora de seus muros se desenrolava uma história paralela, feita da tantos outros heróis anônimos, que desenvolviam projetos, buscavam recursos, erguiam paredes e ensinavam lições brotadas de seus sonhos e de seu idealismo.

E é assim que se escreve uma história. Sem nunca saber ao certo como chegar lá, mas sempre sabendo para onde se quer ir. Sem nunca saber o que encontrara pelo caminho, mas nunca deixando de andar. E, especialmente, sem vislumbrar, em nenhum horizonte, algum sinal de que a história chegou ao seu fim.

A SETREM tem vida e esta se renova em seus personagens históricos. Os de ontem, sucedidos pelo que aí estão; e estes, pelos que virão, muitos oriundos do seu próprio ser.


Fonte: MUSSKOPF, Egon Hilario. Sinal verde para crescer: 80 anos de história / Egon Hilario Musskopf. , Novo Hamburgo: Echo, 2004.

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